DESDE QUE FOI FUNDADA, A UNIÃO EUROPEIA FEZ GRANDES PROGRESSOS. PROPORCIONOU MAIS DE MEIO SÉCULO DE PAZ, ESTABILIDADE E PROSPERIDADE. CONTRIBUIU PARA MELHORAR O NÍVEL DE VIDA. E LANÇOU O MAIOR MERCADO ÚNICO DO MUNDO, BEM COMO O EURO. QUAL É O PRÓXIMO PASSO? NO PRESENTE CAPÍTULO, FICARÁS A SABER MAIS SOBRE O MODO COMO A UE ESTÁ A DAR RESPOSTA AOS DESAFIOS DA ATUALIDADE E QUAIS SÃO AS SUAS PRINCIPAIS PRIORIDADES PARA OS PRÓXIMOS ANOS.

O QUE ESTÁ NA AGENDA DA UE?

Estamos atualmente perante grandes desafios. As alterações climáticas, a perda de biodiversidade e os danos ambientais ameaçam a Europa e o mundo. Ao mesmo tempo, as novas tecnologias digitais estão a transformar a forma como vivemos, trabalhamos e fazemos negócios. Estas novas tecnologias digitais trazem novas oportunidades, mas também novos riscos. Além disso, a pandemia mundial de COVID-19, em 2020/21, e a invasão russa da Ucrânia, em 2022, afetaram as nossas vidas de forma inimaginável, demonstrando a rapidez com que o mundo pode entrar em crise e quão importante é a UE estar preparada para responder aos novos desafios, ao mesmo tempo que lida com os já existentes.

Quando a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, tomou posse em 2019, apresentou seis grandes ambições para a Europa nos próximos anos. Estas vão desde liderar a transição para um planeta saudável e um novo mundo digital até reforçar o papel da UE como líder mundial. Em resposta à pandemia mundial, a UE criou um plano de recuperação para assegurar que a Europa, após a COVID-19, é mais ecológica, mais digital e mais resiliente, e proporciona muitas oportunidades aos jovens. Este plano de recuperação denomina-se NextGenerationEU. Este capítulo descreve o que a UE está a fazer em cada domínio prioritário para que tal se torne uma realidade.

«Não podemos devolver aos jovens o tempo que a pandemia lhes roubou, mas podemos construir algo melhor e mais justo, para eles e com eles. Temos de agir agora e os jovens devem desempenhar um papel central nesta mudança.»

Mais informações sobre as prioridades políticas da UE em: ec.europa.eu/info/strategy/priorities-2019-2024_pt

Ursula von der Leyen, presidente da Comissão Europeia, 9 de maio de 2021, por ocasião do lançamento da Conferência sobre o Futuro da Europa, Estrasburgo, França.

A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, fala com um jovem.

Solidariedade da UE para com a Ucrânia

Em 24 de fevereiro de 2022, a Rússia lançou uma invasão em grande escala e uma guerra de agressão contra a Ucrânia.

A União Europeia reagiu rapidamente em resposta à invasão. Os 27 Estados-Membros e os seus parceiros em todo o mundo condenaram a guerra de agressão não provocada e injustificada, atuando rápida e vigorosamente para isolar economicamente a Rússia e reduzir a sua capacidade de prosseguir a guerra através de sanções severas.

A UE também cooperou estreitamente com os países vizinhos da Ucrânia para os apoiar na prestação de proteção às pessoas que fogem da invasão.

Em junho de 2022, foi concedido à Ucrânia o estatuto de país candidato, dando ao país a possibilidade de aderir à UE.

Acolher as pessoas que fogem da Ucrânia

Muitos ucranianos fugiram do seu país para procurar refúgio nos países da UE. A UE proporcionou-lhes um amplo apoio, desde a ajuda nas fronteiras ao apoio aos sistemas de saúde, à proteção das crianças, ao acesso à escolaridade, ao emprego, aos cuidados médicos e à habitação.

Para saberes mais sobre os países da UE que acolhem as pessoas que fogem da Ucrânia.

SABIAS QUE...

Estima-se que 5,7 milhões de crianças em idade escolar na Ucrânia tenham sido afetadas pela agressão injustificada da Rússia e milhares de escolas e instalações tenham sido danificadas. Para eles, o acesso seguro à escola é fundamental, uma vez que lhes dá um sentido de normalidade e é essencial para o seu bem-estar e futuro. Em 2022, a UE alocou 100 milhões de EUR à reabilitação de escolas ucranianas danificadas e doou 14 milhões de EUR para a aquisição e fornecimento de autocarros escolares para as crianças na Ucrânia. A Comissão Europeia organizou igualmente uma campanha de solidariedade, apelando à doação por empresas públicas e privadas de autocarros escolares para a Ucrânia.

Crianças acolhem novos colegas de turma ucranianos numa escola em Itália.

Várias crianças acolhem alunos ucranianos na sua sala de aula, acenando com bandeiras ucranianas.

Financiamento da recuperação da Europa

A UE pretende reparar os danos económicos e sociais causados pela pandemia, investindo em projetos e iniciativas para tornar a Europa mais saudável, mais ecológica, mais digital e mais capaz de enfrentar os desafios do futuro. Para impulsionar a recuperação, a UE está a utilizar o orçamento de longo prazo da UE para 2021-2027 juntamente com um plano de recuperação especial, conhecido como NextGenerationEU. No seu conjunto, este plano corresponde a um montante que ascenderá a pouco mais de 2 biliões de EUR (2 018 mil milhões de EUR) para impulsionar a recuperação. A maior parte dos fundos do NextGenerationEU será utilizada para apoiar financeiramente os países da UE, a fim de os ajudar a sair da crise de forma mais ecológica, mais digital e mais forte. O objetivo é que tal seja alcançado com investimentos em domínios que afetam todos os europeus, tais como ligações mais rápidas à Internet, energia e transportes limpos, educação e formação, bem como para tornar os edifícios mais eficientes em termos energéticos.

Para mais informações, consulta a secção «Uma economia ao serviço das pessoas».

Para mais informações: ec.europa.eu/info/strategy/recovery-plan-europe_pt

Informa-te sobre os planos de recuperação do teu país: europa.eu/!wYRggt

Uma infografia com uma panorâmica das despesas da UE de 2021 a 2027.

Despesas da UE 2021-2027: o total de 2 018 mil milhões de EUR é constituído pelo orçamento da UE para sete anos (1 211 mil milhões de EUR) mais 807 mil milhões de EUR do NextGenerationEU, o pacote de recuperação da COVID-19.

Solidariedade em ação

Os países europeus demonstraram verdadeira solidariedade ao apoiarem-se mutuamente durante a pandemia COVID-19. Por exemplo, hospitais de toda a UE acolheram doentes de outros países e enviaram equipas médicas para ajudar os seus vizinhos. A UE coordenou igualmente a entrega de equipamento de proteção para onde era mais necessário e organizou a compra conjunta de vacinas. A UE está também determinada em garantir que há vacinas seguras disponíveis nos quatro cantos do mundo: a Comissão e os países da UE são os principais doadores da COVAX, a iniciativa mundial que visa assegurar um acesso equitativo às vacinas contra a COVID-19. Além disso, também estão a apoiar campanhas de vacinação nos países parceiros.

Para saberes mais sobre a solidariedade europeia em ação: europa.eu/!vd3T3u

Mais informações sobre a resposta da UE à crise do coronavírus: europa.eu/!Gg79mQ

Uma entrega de equipamento médico proveniente da reserva da rescEU em Praga, na Chéquia, em 24 de outubro de 2020.

Dois trabalhadores montam um dispositivo médico numa plataforma de carga. Ao lado deles, há uma caixa com a bandeira europeia.

O Pacto Ecológico Europeu

As alterações climáticas constituem hoje um dos maiores desafios para a humanidade. Dos oito milhões de espécies que habitam o planeta, um milhão corre o risco de extinção. As florestas e os oceanos estão a ser poluídos e destruídos. Não admira que os jovens, preocupados com o estado do planeta que irão herdar, tenham liderado os apelos para uma maior ação climática.

A União Europeia está na vanguarda dos esforços mundiais de luta contra as alterações climáticas. Desempenhou um papel fundamental para assegurar a assinatura do acordo mundial sobre o clima em Paris, em 2015, e está agora determinada a tornar-se, até 2050, o primeiro continente do mundo com impacto neutro no clima, de modo que não produza mais gases com efeito de estufa do que os que pode absorver.

O Pacto Ecológico Europeu é o plano de ação da UE para alcançar este objetivo e transformar a UE numa economia moderna, eficiente na utilização dos recursos e competitiva. Tal implicará cortes ambiciosos nas emissões de gases com efeito de estufa, investimentos em tecnologias verdes e a proteção do nosso ambiente natural, entre outras ações. Significa também enfrentar as consequências inevitáveis das alterações climáticas, tornando as sociedades mais resilientes.

SABIAS QUE...

O objetivo da UE de atingir a neutralidade climática até 2050 ficou consagrado com a promulgação da primeira Lei Europeia em matéria de Clima. Esta lei também estabelece como obrigação jurídica o objetivo intermédio da UE de reduzir as emissões líquidas de gases com efeito de estufa em, pelo menos, 55 % até 2030, em comparação com os níveis de 1990. A UE começou também a trabalhar na definição de um objetivo para 2040, tendo sido organizada uma consulta pública na primavera de 2023.

Concretizar o Pacto Ecológico Europeu

O cumprimento dos compromissos da UE em matéria de clima exigirá a adoção de medidas em todos os domínios — desde a indústria, a energia e os transportes até à produção alimentar, à agricultura e à construção —, o que implica aumentar a utilização de energias limpas, reduzir a poluição, tornar os nossos edifícios mais eficientes do ponto de vista energético e desenvolver meios de transporte mais limpos, juntamente com combustíveis e infraestruturas para os alimentar. Em julho de 2021, a Comissão Europeia propôs uma série de medidas para colocar a UE na via do cumprimento da meta climática de 2030, a saber:

  • aumentar a percentagem das energias renováveis no cabaz energético da UE para 42,5-45 %,
  • reduzir as emissões dos edifícios, do transporte rodoviário e do transporte marítimo através da aplicação do regime de comércio de licenças de emissão a estes setores,
  • estabelecer objetivos mais ambiciosos de redução das emissões de dióxido de carbono (CO2) dos automóveis de passageiros e veículos comerciais ligeiros novos,
  • restaurar as florestas, os solos, as zonas húmidas e as turfeiras da Europa para que possam absorver e armazenar carbono.

A UE prestará apoio financeiro às pessoas que enfrentam os maiores desafios, a fim de garantir que nenhuma pessoa ou região fica para trás. Para sublinhar o seu compromisso, a UE está a destinar, pelo menos, 30 % das suas despesas entre 2021 e 2027 a iniciativas relacionadas com o clima.

Os produtos vendidos na UE devem ser concebidos para durar mais e ser mais fáceis de reutilizar, reparar e reciclar. Devem também incorporar a maior quantidade possível de material reciclado. O novo plano de ação para a economia circular, uma das principais partes do Pacto Ecológico, visa fazer com que os produtos sustentáveis se tornem a norma na UE.

Um gráfico de barras que mostra os objetivos da UE em matéria de redução das emissões de gases para 2030 e 2050

O novo objetivo é reduzir as emissões líquidas de gases com efeito de estufa em, pelo menos, 55% até 2030 (em relação aos níveis de 1990). A estratégia de longo prazo da UE visa alcançar a neutralidade climática até 2050.

Informa-te sobre a proposta da Comissão para concretizar o Pacto Ecológico Europeu: europa.eu/!xM7WRm

Em resposta às dificuldades e às perturbações do mercado mundial da energia suscitadas pela invasão da Ucrânia pela Rússia, a Comissão Europeia concebeu o Plano REPowerEU para ajudar a:

  • poupar energia,
  • produzir energia limpa,
  • diversificar o nosso aprovisionamento energético.

Este plano assenta numa panóplia de medidas financeiras e legislativas que permitirão criar as novas infraestruturas e os novos sistemas energéticos de que a Europa necessita.

Mais informações sobre o Plano REPowerEU

EXERCÍCIO 17 O DESAFIO VERDE

Há alguma coisa que a tua turma ou a tua escola possam fazer por forma a contribuir para a construção de uma Europa mais verde? O teu professor pode encontrar inspiração para o debate da aula no conjunto de ferramentas para professores «Desafio Verde» abaixo indicado. Dividam-se em pequenos grupos para debater ideias.

Conjunto de ferramentas para os professores «Desafio Verde»: europa.eu/!VnQxXx

SABIAS QUE...

Os edifícios são responsáveis por 40 % do consumo de energia da UE e por 36 % das emissões de CO2 relacionadas com a energia. A boa notícia é que, até 2030, 35 milhões de edifícios na UE podem ser renovados, reduzindo significativamente as emissões e criando 160 000 novos postos de trabalho no setor da construção.

SABIAS QUE...

A produção e a utilização de energia são responsáveis por 75 % das emissões da UE. A poupança de energia através de medidas de eficiência energética e da expansão maciça das energias renováveis reduzirá diretamente as emissões, a poluição atmosférica e a dependência dos combustíveis fósseis.

Para mais informações sobre a energia, vê esta série de vídeos de curta duração: europa.eu/learning-corner/eu-energy-policy_pt

Sinais que indicam uma área Natura 2000 na orla de uma floresta.

As zonas Natura 2000 estão indicadas em toda a Europa.

Liderar a luta mundial contra as alterações climáticas

As alterações climáticas são um problema mundial que não pode ser resolvido unicamente pela UE. A União Europeia está a trabalhar com outros países e regiões do mundo para alcançar os objetivos do Acordo de Paris. Este acordo estabelece o objetivo de manter o aumento da temperatura média mundial «bem abaixo dos 2 °C» em relação aos níveis verificados antes da revolução industrial, prosseguindo simultaneamente os esforços para limitar este aumento a 1,5 °C. Os países reúnem-se todos os anos para debater os progressos na consecução destes objetivos na Conferência das Nações Unidas sobre Alterações Climáticas, conhecida como COP (Conferência das Partes).

Proteger e recuperar a natureza

A natureza é o nosso maior aliado na luta contra as alterações climáticas e os surtos de doenças. No entanto, a rede vital da qual dependemos está ameaçada por atividades humanas insustentáveis. Tornar a natureza novamente saudável é um elemento central do Pacto Ecológico Europeu. A UE tenciona alcançar este objetivo através do alargamento da rede de zonas protegidas em terra e no mar (conhecida como Natura 2000), da plantação de milhares de milhões de árvores e do incentivo a práticas agrícolas sustentáveis, entre outras ações. Está também a trabalhar para garantir que os alimentos que consumimos são saudáveis, acessíveis e produzidos de uma forma respeitadora do ambiente. Tal inclui a redução dos pesticidas nocivos e o aumento da agricultura biológica.

Mais informações sobre a Estratégia de Biodiversidade da UE para 2030: europa.eu/!RHRb6p

SABIAS QUE...

A UE e os seus Estados-Membros são, em conjunto, os maiores financiadores mundiais da ação climática. Em 2021, contribuíram com mais de 23 mil milhões de EUR para apoiar os países em desenvolvimento nos seus esforços de combate às alterações climáticas.

Visita o sítio Web O nosso planeta, o nosso futuro para saberes mais sobre as alterações climáticas: europa.eu/learning-corner/our-planet-our-future_pt

Mais informações sobre o Pacto Ecológico Europeu em: europa.eu/!CD33Qp

Uma Europa preparada para a era digital

A pandemia de COVID-19 acelerou imenso a transição da Europa para um mundo digital. As tecnologias digitais permitiram que famílias e amigos mantivessem o contacto e que as escolas e as empresas continuassem a funcionar. Já se tornaram uma parte essencial das nossas vidas. No entanto, nem todos têm o mesmo acesso a estas tecnologias ou as competências necessárias para delas beneficiarem plenamente.

A UE pretende fazer dos próximos 10 anos a década digital da Europa. Está a trabalhar para garantir que a transformação digital funciona para todos e não apenas para alguns. Isto significa, por exemplo, garantir que todos têm acesso à Internet de alta velocidade e dispõem das competências necessárias para beneficiar das possibilidades oferecidas pelo mundo digital. Ao mesmo tempo, as novas tecnologias, como a inteligência artificial, estão a transformar o nosso mundo, trazendo muitas vantagens, mas também novas preocupações. A UE pretende liderar o desenvolvimento de novas normas mundiais para garantir que os Europeus podem confiar no que estas tecnologias têm para oferecer.

A transição digital e a utilização mais inteligente das tecnologias serão também cruciais para ajudar a UE a alcançar a neutralidade climática até 2050 e a cumprir os objetivos do Pacto Ecológico Europeu.

Tornar a década digital da Europa uma realidade

Em março de 2021, a Comissão Europeia definiu uma visão para a transformação digital da Europa até 2030, juntamente com uma série de metas concretas e um plano para garantir a sua concretização. As metas visam alcançar quatro objetivos principais: um continente versado nas tecnologias modernas, com uma população que dispõe de competências digitais e com profissionais altamente qualificados no domínio digital; infraestruturas digitais de topo, fiáveis e seguras; uma Europa com uma grande percentagem de empresas digitalizadas; e serviços públicos modernizados que respondam às necessidades da sociedade. O primeiro programa Europa Digital, com um orçamento de 7,5 mil milhões de euros para 2021-2027, financiará projetos em domínios importantes como a inteligência artificial, a supercomputação, a cibersegurança e as competências avançadas. No âmbito do plano de recuperação da UE, os países da UE devem investir pelo menos 20 % do dinheiro que recebem do fundo NextGenerationEU em iniciativas digitais.

Os principais objetivos para a transformação digital da Europa até 2030 incluem:

Competências, Infraestruturas, Empresas, Poderes públicos
  • pelo menos 80 % de todos os adultos devem possuir competências digitais básicas,
  • 20 milhões de especialistas em TIC — incluindo mais mulheres a trabalhar em domínios digitais,
  • conectividade a gigabits para todos os agregados familiares da UE e todas as zonas povoadas abrangidas pela tecnologia 5G,
  • a Europa terá o seu primeiro computador quântico,
  • três em cada quatro empresas deverão utilizar serviços de computação em nuvem,
  • todos os serviços públicos essenciais deverão estar disponíveis em linha,
  • todos os cidadãos deverão ter acesso aos seus registos médicos eletrónicos,
  • 80 % dos cidadãos deverão utilizar identificação digital.

Mais informações sobre os objetivos digitais para 2030: europa.eu/!YVrJGf

Competências para a era digital

O saber-fazer digital é essencial para o estudo e o trabalho. É igualmente essencial aceder a um número crescente de serviços públicos em linha — desde a abertura de uma conta bancária até à candidatura para estudar no estrangeiro. No entanto, atualmente, mais de um em cada cinco jovens carecem de competências digitais básicas. Embora a responsabilidade pela educação e formação caiba a cada um dos países da UE, a UE presta apoio neste domínio. Apoia os países da UE investindo em programas como a Agenda de Competências para a Europa e o Plano de Ação para a Educação Digital para formar os Europeus e expandir a reserva de talentos da Europa.

A Comissão Europeia tem uma grande variedade de projetos destinados a ajudar os países da UE a melhorar o nível de competências digitais, nomeadamente a semana anual do código da UE e os estágios de «oportunidade digital», que dão aos estudantes do ensino superior a oportunidade de adquirirem a experiência profissional prática em domínios digitais exigida pelo mercado de trabalho.

Descobre o mundo das possibilidades digitais com esta série de desenhos animados sobre exploradores digitais: europa.eu/!Ff7HdN

SABIAS QUE...

De acordo com o painel de avaliação «Mulheres no setor digital» de 2021, apenas 19 % dos especialistas em TIC na UE são mulheres. A UE está a tomar medidas para aumentar a participação das mulheres no setor digital, desafiando os estereótipos, promovendo a educação e a formação para o desenvolvimento de competências digitais e incentivando mais empresárias neste setor.

Reforçar a confiança na tecnologia

A inteligência artificial (IA) pode ajudar-nos de muitas formas, por exemplo através de um diagnóstico médico mais preciso e da minimização do impacto ambiental da agricultura. No entanto, algumas pessoas receiam que os seus empregos possam estar em risco com a IA ou questionam se se deverá confiar na tecnologia. Para dar resposta a estas preocupações, a Comissão propôs novas regras para garantir que os sistemas de IA utilizados na UE são seguros, transparentes, éticos e imparciais e permanecem sob controlo humano.

EXERCÍCIO 18 INTELIGÊNCIA ARTIFICIAL — UMA QUESTÃO DE CONFIANÇA

Quais são as vantagens e os riscos associados à IA? Num pequeno grupo, debate este assunto.

SABIAS QUE...

Vega, o primeiro supercomputador de craveira mundial da UE, foi inaugurado em Maribor, na Eslovénia, em abril de 2021. Tem um desempenho incrível, pois pode executar 6,9 mil biliões de cálculos por segundo! Nomeado em homenagem ao famoso matemático Jurij Vega, este é um dos oito supercomputadores topo de gama que ajudarão os investigadores, a indústria e as empresas europeias a fazer progressos em muitos domínios — desde a conceção de medicamentos e de novos materiais até à luta contra as alterações climáticas.

Garantir a segurança na Internet

A UE tem algumas das regras mais rigorosas do mundo em matéria de proteção de dados e privacidade. Estas regras ajudam a garantir um ambiente em linha justo e seguro. Contribuem igualmente para proteger as pessoas, em especial as crianças, dos conteúdos ilegais e nocivos. No entanto, as plataformas em linha podem ser utilizadas de forma abusiva para difundir conteúdos ilegais, como o discurso de ódio ou conteúdos terroristas, ou para vender mercadorias perigosas e produtos de contrafação. A Comissão Europeia está a trabalhar no sentido de garantir que o que é ilegal fora de linha também é ilegal em linha. Está também a tomar medidas para reforçar a cibersegurança em toda a UE e proteger os seus governos, cidadãos e empresas das ciberameaças mundiais. No âmbito deste trabalho, a UE ajudou a criar uma ciberunidade conjunta para reunir os recursos e os conhecimentos especializados à disposição da UE e dos países da UE. O objetivo é prevenir, dissuadir e responder eficazmente a ciberincidentes e cibercrises em larga escala.

SABIAS QUE...

A rede de Centros Internet Segura, financiada pela UE, contribui para uma maior sensibilização para a segurança em linha. Cada um destes centros dispõe de um painel de jovens, no qual estes fornecem sugestões e conselhos valiosos aos seus pares com base na sua própria experiência com as tecnologias em linha.

Podes obter mais informações sobre uma Europa preparada para a era digital em: europa.eu/!99w4NF

Uma economia ao serviço das pessoas

A pandemia de coronavírus causou um grande choque nas economias europeias, afetando os meios de subsistência das pessoas e as empresas de todos os setores. O aumento do desemprego foi muito acentuado entre os jovens, muitos dos quais trabalham em setores particularmente afetados, como o turismo e a hotelaria.

Para além de tomar medidas para proteger as empresas e os trabalhadores das consequências económicas da pandemia, a UE também concebeu um plano de recuperação para ajudar a reerguer a Europa. Este plano, denominado NextGenerationEU, centra-se não só na reparação dos danos causados pela pandemia, mas também, como sugere o seu nome, no investimento na próxima geração de europeus e no futuro a longo prazo da UE. O financiamento do NextGenerationEU vem juntar-se ao orçamento da UE para 2021-2027, proporcionando uma oportunidade única para todos os países da UE acelerarem quer a recuperação quer as transições ecológica e digital em toda a UE. O montante total do pacote de recuperação ascende a mais de dois biliões de euros.

A UE está a trabalhar no sentido de reforçar a economia em todos os países e regiões, com uma forte ênfase no apoio aos jovens. Está também a envidar esforços para reduzir as desigualdades e melhorar o nível de vida de todos os Europeus.

NextGenerationEU

O montante total do fundo de recuperação NextGenerationEU ascende a mais de 800 mil milhões de euros. Financiará, em grande medida, reformas e investimentos nos Estados-Membros até 2026. A Comissão Europeia irá contrair empréstimos nos mercados de capitais em nome da UE durante este período. Os fundos angariados serão distribuídos pelos países da UE para serem aplicados em projetos e iniciativas. Para beneficiar de apoio financeiro, os países da UE tiveram de delinear planos nacionais que mostrassem a forma como tencionam investir esses fundos. Os planos tinham de destinar uma parte específica das despesas a iniciativas climáticas e digitais. Tal ajudará a UE a alcançar o seu objetivo de neutralidade climática até 2050 e contribuirá para a transição digital da Europa, à medida que cria emprego e impulsiona o crescimento económico.

Investir nas próximas décadas com o NextGenerationEU

Uma infografia que mostra a distribuição dos fundos do NextGenerationEU por vários programas.

A maioria dos fundos do NextGenerationEU (723,8 mil milhões de EUR a preços correntes) será gasta através do programa do Mecanismo de Recuperação e Resiliência, que consiste num apoio financeiro em larga escala aos investimentos públicos e em domínios como os projetos ecológicos e digitais. O apoio será concedido sob a forma de subvenções (338,0 mil milhões de EUR) e empréstimos (385,8 mil milhões de EUR), a preços correntes. Os restantes 83,1 mil milhões de EUR são investidos em vários outros programas.

Apoiar a juventude da Europa

A UE está a trabalhar no sentido de garantir que os jovens possuem as aptidões e competências de que necessitam no mundo do trabalho em rápida mutação, em especial as que lhes permitirão prosperar nas transições ecológica e digital. A Comissão apresentou iniciativas específicas para apoiar os Estados-Membros na redução do desemprego e ajudar os jovens que entram no mercado de trabalho. Através da iniciativa Apoio ao Emprego dos Jovens, a Garantia para a Juventude foi reforçada, abrangendo agora um grupo-alvo mais vasto de jovens com idades compreendidas entre os 15 e os 29 anos. Além disso, a Comissão deu um impulso à aprendizagem, inclusivamente mediante a renovação da Aliança Europeia para a Aprendizagem, que agora traz mais benefícios tanto aos empregadores como aos jovens, e implementou reformas para tornar o ensino e a formação profissionais mais modernos, atrativos e flexíveis.

Uma nova iniciativa da UE denominada ALMA (Aim, Learn, Master, Achieve) ajudará os jovens que não estão a trabalhar, estudar ou a receber qualquer formação a encontrar o seu caminho para o mercado de trabalho. Esta iniciativa permite-lhes receber apoio à educação, à formação profissional ou ao emprego no seu país de origem e ao mesmo tempo efetuar um estágio noutro país da UE.

A Comissão está também a trabalhar no sentido de melhorar as condições para as pessoas com formas atípicas de emprego — como o trabalho organizado através de plataformas digitais —, que se têm tornado cada vez mais frequentes entre os jovens.

O objetivo global é que os países da UE invistam pelo menos 22 mil milhões de euros de financiamento da UE em medidas de apoio ao emprego dos jovens entre 2021 e 2027. A título de exemplo, os recursos da UE podem ser utilizados para prémios atribuídos a pequenas empresas que contratem aprendizes, empréstimos para empresas em fase de arranque e subvenções para aspirantes a empresários, e sessões de formação para ajudar os jovens a adquirir novas competências necessárias no mercado de trabalho.

Mais informações sobre o apoio ao emprego dos jovens: europa.eu/!wvrg8m

Jovens trabalhadores tomam notas do que diz um supervisor

Rumo a uma recuperação justa e inclusiva

Do direito à igualdade de oportunidades e ao apoio ao emprego a salários justos que proporcionem um nível de vida digno, o Pilar Europeu dos Direitos Sociais estabelece 20 princípios que visam criar mercados de trabalho e sistemas de proteção social justos que funcionem para todas as pessoas. A concretização destes objetivos é uma responsabilidade partilhada pelas instituições da UE, pelas autoridades nacionais, regionais e locais, pelos parceiros sociais e pela sociedade civil.

Um conjunto de metas a alcançar pela UE até 2030 visa garantir que mais europeus têm acesso às competências de que precisam e à igualdade de oportunidades numa economia mais digital, sustentável e inclusiva.

Ser inclusivo significa garantir que as necessidades de todas as pessoas na sociedade são tidas em conta. Significa também que todas as pessoas devem ter a oportunidade de trabalhar e ganhar o seu próprio dinheiro. Por exemplo, a Comissão Europeia trabalhará no sentido de garantir que as pessoas com deficiência podem participar em cursos de formação e adquirir novas competências, bem como conseguir um emprego e ser independentes.

A Comissão propõe ainda novas medidas para garantir a igualdade de remuneração por trabalho igual entre mulheres e homens. As medidas propostas permitirão uma maior sensibilização para as condições de remuneração dentro de uma empresa e proporcionarão aos empregadores e aos trabalhadores mais instrumentos para combater a discriminação salarial no trabalho.

O novo Fundo Social Europeu Mais apoiará as pessoas, as regiões e os países da UE que enfrentam desafios que vão desde a recuperação da pandemia até ao cumprimento das metas da UE em matéria de emprego, inclusão social, educação e clima (europa.eu/!rWxbBq).

 

Mais informações sobre as iniciativas da Comissão para transformar os 20 princípios do Pilar Europeu dos Direitos Sociais em realidade: europa.eu/!PP36Jv

SABIAS QUE...

2023 é o Ano Europeu das Competências e visa ajudar as pessoas a obter as competências adequadas para empregos de qualidade e ajudar as empresas, em especial as pequenas e médias empresas, a fazer face à escassez de competências na UE.

Mais informações em: year-of-skills.europa.eu/index_pt

EXERCÍCIO 19 AS TUAS PRIORIDADES PARA UMA EUROPA MAIS JUSTA E INCLUSIVA

Segue-se uma lista de domínios abrangidos pelo Pilar Europeu dos Direitos Sociais. Escolhe os três domínios que consideras mais importantes e, em seguida, discute as tuas escolhas em pequenos grupos.

  1. Educação, formação e aprendizagem ao longo da vida
  2. Igualdade de género
  3. Acolhimento e apoio a crianças
  4. Informações sobre as condições de emprego e proteção em caso de despedimento
  5. Diálogo social e participação dos trabalhadores
  6. Equilíbrio entre vida profissional e pessoal
  7. Salários mínimos justos
  8. Cuidados de saúde
  9. Inclusão das pessoas com deficiência
  10. Habitação e assistência para os sem-abrigo

Mais informações sobre os planos da UE para uma economia ao serviço das pessoas: europa.eu/!VMdjb7

Uma jovem em cadeira de rodas trabalha num computador portátil num ateliê de vestuário

Uma Europa mais forte no mundo

A União Europeia alberga cerca de 447 milhões de pessoas — a terceira maior população do mundo a seguir à China e à Índia — e desempenha um papel importante na cena mundial. Funcionando como um mercado único com 27 países, a UE é o maior bloco comercial do mundo. Os acordos comerciais internacionais geram crescimento económico para a Europa e os seus parceiros. Contribuem igualmente para a promoção dos princípios e valores europeus, como a democracia, os direitos humanos, os direitos sociais e a luta contra as alterações climáticas.

As relações da UE com o resto do mundo são baseadas na solidariedade e na cooperação. Desafios como as alterações climáticas, o extremismo violento, o tráfico e a migração irregular não respeitam as fronteiras, ao passo que a pobreza extrema só pode ser combatida colaborando com os países parceiros do mundo em desenvolvimento.

A UE está a trabalhar para tornar o mundo um lugar mais seguro, onde as pessoas sejam tratadas de forma justa e as leis sejam respeitadas. As suas ações externas pautam-se pelos princípios que inspiraram a sua criação e desenvolvimento, incluindo a paz, a democracia, o Estado de direito, os direitos humanos e as liberdades fundamentais. A UE está a desenvolver esforços no sentido de reforçar as parcerias com os seus vizinhos mais próximos a leste — nomeadamente os Balcãs Ocidentais — bem como os países mais afastados (para mais informações sobre os países candidatos à adesão à UE, ver o capítulo 1, «O que é a União Europeia?»).

SABIAS QUE...

A UE tem em vigor mais de 45 acordos comerciais com quase 80 parceiros em todo o mundo. Em 2020, foi alcançado um novo acordo comercial da UE com o México e entrou em vigor o acordo comercial com o Vietname.

Na sequência da saída do Reino Unido da União Europeia em 31 de janeiro de 2020, a UE e o Reino Unido assinaram o Acordo de Comércio e Cooperação UE-Reino Unido em 30 de dezembro de 2020.

SABIAS QUE...

Mais de 35 milhões de postos de trabalho na UE dependem direta ou indiretamente do comércio com países terceiros.

Comércio livre e justo

Os acordos comerciais facilitam as relações comerciais entre países e ajudam a criar mais emprego, impulsionando o crescimento económico. Proporcionam também aos compradores na UE uma maior escolha de produtos de diferentes partes do mundo, bem como preços mais baixos. Além disso, ajudam as empresas da UE a competir no estrangeiro. A UE negociou acordos comerciais com muitos países do mundo. Ao falar a uma só voz, tem consideravelmente mais peso nas negociações do comércio internacional do que teria qualquer um dos seus Estados-Membros individualmente.

A política comercial pode desempenhar um papel importante na luta contra as alterações climáticas e a degradação do ambiente. A UE pretende tornar o cumprimento do Acordo de Paris sobre as alterações climáticas um elemento essencial em futuros acordos comerciais e de investimento.

A UE está a liderar os esforços para reformar as regras do comércio mundial, a fim de garantir que estas são capazes de responder aos desafios atuais.

Cooperação internacional

A UE trabalha em estreita colaboração com os seus vizinhos e com outros países e organizações internacionais, tais como as Nações Unidas e a Organização Mundial de Saúde, para enfrentar desafios comuns como a COVID-19 e as alterações climáticas. O seu objetivo é estabelecer novas alianças com países fora da UE e reforçar a cooperação com organizações multilaterais e regionais.

SABIAS QUE...?

Global Gateway é a nova estratégia da UE para melhorar as ligações nos setores digital, da energia e dos transportes e reforçar os sistemas de saúde, educação e investigação em todo o mundo. 300 mil milhões de euros em investimentos garantirão que estas ligações serão democráticas, transparentes, ecológicas, seguras e inteligentes.

Para mais informações: europa.eu/!QgYGCP

A cimeira UE-EUA de junho de 2021 marcou o início de uma parceria transatlântica renovada e definiu uma agenda conjunta para a cooperação na era pós-pandemia.

A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, o presidente do Conselho Europeu, Charles Michel, e o presidente dos Estados Unidos da América, Joe Biden, de pé, no edifício do Conselho Europeu.

A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, visita a Academia da Aviação da Etiópia, em Adis Abeba.

A UE cofinancia esta escola de gestão de empresas que permite aos jovens africanos tornarem-se pilotos, tripulantes de cabina ou engenheiros de voo. A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, visita a Academia da Aviação da Etiópia em Adis Abeba, em 27 de fevereiro de 2020.

A UE está a reforçar e a aprofundar a cooperação com África. Neste contexto, propôs uma série de parcerias em torno de interesses e valores comuns, centrando-se em domínios fundamentais como a transição ecológica, a transformação digital, a migração e a mobilidade.

SABIAS QUE...

A UE tem 140 gabinetes, conhecidos como delegações, em todo o mundo. A sua função é semelhante à das embaixadas. Desempenham um papel vital na representação da UE e dos seus cidadãos e na criação de redes e parcerias.

EXERCÍCIO 20 A UE NO MUNDO

Eis alguns exemplos da ação da UE no mundo. Escolhe os três que consideras mais importantes e explica as razões da tua escolha. Compara as tuas respostas com as dos teus colegas de turma.

  1. A UE organizou e apoiou conversações de paz em todo o mundo para pôr termo a conflitos.
  2. A UE defende a democracia e o Estado de direito em todo o mundo. Os direitos humanos são um aspeto central das suas relações com os outros países.
  3. A UE assumiu um papel de liderança na luta mundial contra as alterações climáticas.
  4. A UE promove e apoia financeiramente a igualdade e o empoderamento das mulheres em todo o mundo.
  5. A UE e os seus países constituem, em conjunto, o principal doador de ajuda humanitária e de ajuda ao desenvolvimento do mundo.

Para saberes mais sobre o trabalho da UE para uma Europa mais forte no mundo: europa.eu/!ug44GV

Promoção do modo de vida europeu

A União Europeia não é apenas um mercado único de bens e serviços. É uma união de pessoas que partilham um conjunto de valores comuns. Estes valores são enunciados nos Tratados da UE e na Carta dos Direitos Fundamentais da União Europeia, que garantem direitos às pessoas que vivem na UE. Estes valores, incluindo a democracia e o Estado de direito, constituem a base das nossas sociedades. Por exemplo, nenhuma democracia pode prosperar sem tribunais independentes que garantam a proteção dos direitos fundamentais e das liberdades cívicas, nem sem uma sociedade civil ativa e meios de comunicação social livres.

O modo de vida europeu é inclusivo, o que significa que ninguém deve ser excluído. Todas as pessoas que vivem na UE devem ter a oportunidade de prosperar, participar e liderar, independentemente das diferenças em razão do sexo, raça ou origem étnica, religião ou crença, deficiência, idade ou orientação sexual. A Comissão Europeia está a pôr em prática políticas e ações que combatem a discriminação e os estereótipos que muitas vezes ainda estão presentes na sociedade.

Com base nos ensinamentos retirados da pandemia de coronavírus, a UE está a trabalhar no sentido de reforçar a sua resposta às crises de saúde pública, tomando simultaneamente medidas para melhorar todos os aspetos da saúde dos cidadãos.

Construir uma união da igualdade

A União Europeia dispõe de uma das legislações antidiscriminação mais extensas do mundo. No entanto, há ainda muito a fazer para combater as desigualdades que persistem na UE e garantir que todos podem participar na vida europeia. A Comissão está a intensificar o seu trabalho em todos os domínios — da luta contra o racismo e o antissemitismo à ação para garantir que as pessoas que chegam à Europa e as pessoas de minorias étnicas não são marginalizadas ou excluídas da sociedade. A Comissão prossegue também o seu trabalho para garantir que as pessoas com deficiência podem usufruir dos seus direitos e ter as mesmas oportunidades na vida que todos os outros, bem como para combater a discriminação contra as pessoas LGBTIQ.

Mais informações sobre os planos da UE para combater todas as formas de discriminação: europa.eu/!fbdYV9

SABIAS QUE...

Na UE, há cerca de 87 milhões de pessoas com alguma forma de deficiência.

Descobre como a UE tenciona proteger os direitos das pessoas com deficiência ao longo da próxima década: europa.eu/!3KRvkR

SABIAS QUE...

Quase seis em cada 10 europeus consideram que a discriminação com base na origem étnica ou na cor da pele é comum no seu país.

Fonte: Eurobarómetro 2251

Uma pessoa numa biblioteca lê um livro em Braille.

EXERCÍCIO 21 LUTA CONTRA A DISCRIMINAÇÃO

Lembras-te de algum momento em que tenhas visto — ou até sofrido — discriminação? Na tua opinião, o que se pode fazer para a combater? Debate esta questão em pequenos grupos e apresenta as tuas ideias à turma.

Velar pelo respeito do Estado de direito

O Estado de direito tem um impacto direto na vida de todos os cidadãos. É necessário para garantir a igualdade de tratamento perante a lei e a defesa dos direitos individuais. É igualmente necessário para evitar o abuso de poder por parte das autoridades públicas e garantir que os decisores são responsabilizados.

Fica a saber o que a UE está a fazer para promover, proteger e fazer cumprir o Estado de direito na Europa: europa.eu/!yyHrnT

SABIAS QUE...

Mais de oito em cada 10 cidadãos afirmam que a proteção judicial efetiva por tribunais independentes, a igualdade perante a lei e o bom funcionamento da investigação e dos processos judiciais de corrupção são importantes para eles.

Fonte: Eurobarómetro 2235

Uma nova abordagem para a gestão da migração e do asilo na Europa

A União Europeia é um espaço de proteção das pessoas que fogem de perseguições ou ofensas graves no seu país de origem. Todos os anos, milhares de pessoas vêm para a Europa em busca de proteção internacional ou de uma vida melhor. A UE está a trabalhar em conjunto com os países da UE para encontrar formas de gerir melhor o fluxo de pessoas que chegam às suas costas. Em 2020, a Comissão apresentou propostas para melhorar o sistema de migração e asilo na Europa. Estas propostas incluem possibilidades de melhorar a cooperação com os países de origem e de trânsito, a integração bem-sucedida dos refugiados e o regresso das pessoas sem direito de permanência. Na sequência da invasão da Ucrânia pela Rússia, a UE tomou a medida excecional de ativar, pela primeira vez, o «regime de proteção temporária», que prevê uma série de ações para prestar uma ajuda rápida e eficaz às pessoas que fogem da guerra. Este regime confere aos refugiados direitos comuns em toda a UE, como a residência, a habitação, a assistência médica e o acesso das crianças à educação.
Para saberes mais sobre a solidariedade da UE com a Ucrânia: europa.eu/!98fg8k

SABIAS QUE...

Os migrantes e os cidadãos da UE com antecedentes migratórios desempenham um papel importante na sociedade europeia e em diferentes setores da nossa economia. A UE envida esforços para garantir que podem participar plenamente na sociedade, através da adoção de medidas em domínios como a educação, o emprego, os cuidados de saúde e a habitação.

play video VÊ O VÍDEO: Entrevista com Suaad Alshleh audiovisual.ec.europa.eu/en/video/I-195435

Suaad Alshleh chegou à Europa como refugiada da Síria. Está agora a seguir o seu sonho de se tornar médica na Irlanda.

Proteger a saúde dos Europeus

A UE está a trabalhar para que os países da UE se preparem e respondam em conjunto às crises de saúde pública e que exista material médico disponível e a preços acessíveis. Está também a envidar esforços para melhorar a prevenção, o tratamento e o acompanhamento de doenças como o cancro. Este trabalho — que está subjacente à União Europeia da Saúde — irá equipar a UE para melhor prevenir e combater futuras pandemias, reforçar os sistemas de saúde da Europa e proteger melhor a saúde dos cidadãos.

A UE investirá mais de cinco mil milhões de euros em ações com valor acrescentado da UE, de modo a complementar as políticas de saúde dos países da UE no âmbito do seu programa de financiamento «UE pela Saúde» 2021-2027.

https://ec.europa.eu/health/funding/eu4health_pt

Áreas de atuação:

Melhorar e promover a saúde na União.
Melhorar os medicamentos, os dispositivos médicos e os produtos relevantes para dar resposta a situações de crise.
Proteger os cidadãos da União de ameaças sanitárias transfronteiras graves.
Reforçar os sistemas de saúde.

Fica a saber mais sobre o programa EU4Health neste breve vídeo: europa.eu/!Hmyg8p

SABIAS QUE...

Em 2020, 2,7 milhões de pessoas na União Europeia foram diagnosticadas com cancro e mais 1,3 milhões de pessoas perderam a vida, incluindo mais de 2 000 jovens.

Descobre como o Plano Europeu de Luta contra o Cancro visa reduzir o número de mortes causadas pela doença e melhorar a prevenção, o tratamento e os cuidados oncológicos: europa.eu/!Tr87gv

Um profissional de saúde faz uma ressonância magnética a um doente.

Um enfermeiro prepara a máquina para a ressonância magnética de um paciente no Hospital Universitário de Liège, Bélgica, em 24 de janeiro de 2020.

Mais informações sobre o trabalho da UE para promover o nosso modo de vida europeu em: europa.eu/!rR47DK

Um novo impulso para a democracia europeia

A democracia é o alicerce em que assenta a União Europeia. Num sistema democrático saudável e próspero, os cidadãos podem exprimir livremente os seus pontos de vista, escolher os seus líderes políticos ou tornar-se um deles, e ter uma palavra a dizer sobre o seu futuro.

Nos últimos anos, assistimos a uma participação política renovada por parte dos cidadãos e a um aumento das taxas de participação eleitoral. Mas, tal como em muitos locais do mundo, a democracia na UE e nos países da UE enfrenta desafios. Estes desafios vão desde o aumento do extremismo e da interferência eleitoral às ameaças contra jornalistas e à perceção de distância entre as pessoas e os seus representantes eleitos.

A UE pretende reforçar os processos democráticos e incentiva os cidadãos a envolverem-se na definição do seu futuro na UE. Procura igualmente tornar as suas próprias estruturas mais transparentes e democráticas.

Descobre como te podes envolver e fazer ouvir a tua voz no processo de decisão da UE.

 

Reforçar as democracias da UE

Os direitos e liberdades individuais, a transparência e a responsabilização estão no cerne do plano da Comissão Europeia para reforçar as democracias da UE. Este plano coloca a tónica em ações destinadas a promover eleições livres e justas, no apoio a meios de comunicação social livres e independentes e no combate à desinformação. A União Europeia e os países da UE estão a intensificar as suas ações para combater os esforços envidados por aqueles que tentam explorar crises, como a pandemia de COVID-19, bem como por aqueles que difundem propaganda ou incitam ao ódio. Uma das formas de o fazer é detetar e expor a desinformação e trabalhar com plataformas em linha para limitar a propagação de notícias falsas.

SABIAS QUE...

73 % das mulheres jornalistas à escala mundial foram vítimas de violência em linha no decurso do seu trabalho (inquérito da UNESCO/ICEF, 2020).

Dar voz às crianças

Todas as crianças na Europa — e em qualquer outro local — devem gozar dos mesmos direitos e viver sem discriminação e intimidação. A primeira Estratégia da UE sobre os Direitos da Criança visa assegurar a proteção e o apoio a todas as crianças (jovens com menos de 18 anos), independentemente do contexto, origem, situação social ou estatuto de residência das mesmas. Esta estratégia propõe ações em vários domínios, incluindo os relacionados com o direito das crianças a não serem vítimas de violência e a estarem seguras em linha. Ao mesmo tempo, a UE está a trabalhar para quebrar os ciclos de pobreza e de desvantagem que perduram ao longo de gerações. A nova Garantia Europeia para a Infância visa garantir que as crianças em risco de pobreza ou exclusão social têm acesso a refeições saudáveis, educação, cuidados de saúde e habitação adequada.

Um quinto da população da UE são crianças ou jovens com menos de 18 anos.

Mais de 10 000 crianças e jovens contribuíram com as suas ideias e ajudaram a definir a Estratégia da UE sobre os Direitos da Criança.

play video VÊ O VÍDEO: A Estratégia da UE sobre os Direitos da Criança europa.eu/!W4JVQH

SABIAS QUE...

Em 2019, 22,2 % das crianças na UE viviam em agregados familiares em risco de pobreza ou exclusão social. Trata-se de cerca de 18 milhões de crianças necessitadas.

SABIAS QUE...

Para garantir que a tua voz é ouvida, a UE criou a Plataforma Europeia para a Participação das Crianças. É um local seguro onde podes partilhar com os decisores políticos o que pensas sobre questões importantes. Podes conversar com outras crianças, interagir, debater e aprender sobre os teus direitos. Podes também aprender sobre a legislação e as políticas numa linguagem adaptada às crianças e entrar em contacto com organizações próximas do sítio onde vives!

Mais informações: europa.eu/!BCnFJp

SABIAS QUE...

Em maio de 2021, a UE lançou um debate que dava às pessoas de toda a UE a oportunidade de dizerem em que Europa queriam viver. Os debates e os eventos foram organizados em linha e presencialmente em todos os países. As reações obtidas são importantes, uma vez que ajudarão a moldar o futuro da UE.

Para mais informações sobre a Conferência sobre o Futuro da Europa, consultar: futureu.europa.eu/?locale=pt

Uma Europa em mutação

Desde o aumento da esperança de vida até à redução das taxas de natalidade, as sociedades europeias estão a mudar. Dar resposta às alterações demográficas é fundamental para construir uma União Europeia mais resiliente, sustentável e justa. Por exemplo, as zonas rurais em toda a UE são frequentemente afetadas pelo declínio demográfico e, ao mesmo tempo, os habitantes têm, em média, mais idade do que nas zonas urbanas. As zonas rurais proporcionam-nos alimentos, casas, empregos e serviços ecossistémicos essenciais. Para garantir que podem continuar a desempenhar estes papéis essenciais, a Comissão Europeia definiu um plano de ação para ajudar as comunidades rurais e as empresas a realizarem todo o seu potencial nas próximas décadas.

Vê como será a Europa nas próximas décadas: europa.eu/!FVxgHG

EXERCÍCIO 22 DIÁLOGOS COM OS CIDADÃOS

Os diálogos com os cidadãos, entre os comissários e o público, ocorrem regularmente em toda a UE. Se não te for possível participar num destes eventos, porque não organizas um na tua turma? Três ou quatro estudantes que desempenham o papel de um comissário devem escolher um dos temas apresentados neste capítulo como ponto de partida para o debate. Podem estudar individualmente os pormenores da política escolhida, a fim de preparar uma declaração de cinco minutos. Na sala de aula, depois de o «comissário» ter proferido a sua breve declaração, realizem uma sessão de perguntas e respostas de 15 minutos, moderada pelo professor.

Mais informações sobre o novo impulso da UE para a democracia europeia: europa.eu/!TYM96P